Com orientações do Bispo, veja como fica a Semana Santa e Páscoa

Dom João Mamede Filho, faz orientações para a Semana Santa e Páscoa, para Padres, Diáconos, Religiosos, Religiosas e Leigos da Diocese de Umuarama


Segue o Comunicado na íntegra do Bispo da Diocese:

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ORIENTAÇÕES PARA A SEMANA SANTA E A PÁSCOA

Caríssimos/as:

Daqui oito dias começa a Semana Santa, núcleo central do Ano Litúrgico. Desta feita, temos circunstâncias que impedem celebrações com a participação do povo. Todos concordamos que a pandemia do COVID-19 exige que cuidemos da saúde e da vida, uns dos outros e colaboremos com as autoridades da área.

A Santa Sé já deu instruções para a Igreja inteira quanto às celebrações da Páscoa.

Apresento, a seguir, orientações específicas para a Diocese de Umuarama, a fim de que procedamos em unidade. A celebração da Páscoa (o Tríduo Pascal inteiro, que inicia com a Missa “da Ceia do Senhor” na Quinta-Feira santa) não se suprime nem se adia, mas deve ser feita nos dias previstos e nas condições possíveis. Aconselho os Sacerdotes a transmitirem todas as celebrações pelas mídias. Se precisar auxiliares, que sejam no número mínimo e pessoas que não pertençam ao “grupo de risco”. O povo seja orientado a participar em suas casas acompanhando as transmissões, quedevem ser feitas “ao vivo” e não retransmitidas posteriormente.

Domingo de Ramos: Os Padres celebrem em privado, sem benção, nem procissão de ramos. O resto segue conforme rito próprio. Avisar o povo para ter em mãos algum ramo verde durante a celebração, sem que isso implique em “benzer os ramos”. Importa o sinal dos ramos verdes, e não a benção, como tal. Não se omite a leitura da Paixão de Cristo. Para o “gesto concreto de solidariedade”, da Campanha da Fraternidade, os fiéis serão convidados a fazerem a própria oferta em outra ocasião, designada pela CNBB.

Missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais: Celebraremos no dia do Padre, terça feira, 04 de agosto, às 09h, na Catedral de Umuarama. Um casal de cada Paróquia também deve vir para receber os Santos Óleos. Enquanto isso, os Santos Óleos de 2019 seguem sendo usados.

Missa “da Ceia do Senhor” e da instituição da Eucaristia, Quinta-Feira Santa, passado o pôr do sol: os Padres celebrem em privado e transmitam ao povo. Omitem-se o Lava-Pés e a adoração eucarística presencial. O próprio Padre, porém, após a Missa, permaneça por algum tempo, em oração diante da Eucaristia, colocada no tabernáculo (não no ostensório). A adoração também seja transmitida, com o convite para que o povo a acompanhe em suas casas. Este momento pode ser muito rico e expressar a ‘comunhão’ do povo com o Padre em torno de Jesus, ‘vigiando com Ele’, como os apóstolos no Horto das Oliveiras.

Sexta-Feira Santa, pela manhã: aconselho que os Padres façam a Via Sacra em privado e a transmitam. Lembro que o Papa, às 13h do Brasil, preside celebração na Basílica de São Pedro, vazia de povo. Recordem também ao povo que é dia de jejum, abstinência de carnes e oração intensa.

Sexta-Feira Santa, à tarde: Os Padres celebrem, às 15h, e transmitam, a Comemoração da Paixão do Senhor, sem o povo e com o mínimo indispensável de ajudantes (que não pertençam ao grupo de risco). Seja efetuada a leitura da Paixão de Cristo e breve pregação. Omitam-se o ‘beijo da cruz’, a Via Sacra e a procissão do ‘Senhor morto’.  O ‘beijo da cruz’ pode se dar num crucifixo da família, nas casas. A Coleta para os Lugares Santos será transferida para outra data a ser indicada pela CNBB, provavelmente no dia 14 de setembro, Exaltação da Santa Cruz.

Sábado Santo: Como prescreve a Liturgia, este é um dia de penitência, recolhimento e preparação para a celebração da Vigília Pascal. Durante o dia, podem ser feitas orações e reflexões, em privado, convidando o povo a acompanhar pelas mídias, em suas casas. Há muitas possibilidades que podem ser exploradas e a própria Liturgia das Horas oferece indicações.

Após o pôr do sol, celebrar a Vigília Pascal, em privado, com o mínimo de ajudantes (não do grupo de risco), com transmissão ao vivo. Omitam-se o acendimento do ‘fogo novo’ e a procissão com o círio pascal. O mesmo seja aceso de maneira simples e faça-se o ‘Anúncio da Páscoa’ (Exsultet). Sejam feitas pelo menos três leituras do Antigo Testamento, entre as quais a de Ex 14,15-15,1, com os respectivos Salmos, antes do início da Missa, e com o Glória. Omita-se a benção da água e a liturgia batismal. Mas faça-se a renovação das Promessas do Batismo. Pedir ao povo que, mesmo em casa, tenha velas acesas neste momento. A liturgia eucarística segue normal até o final.

Domingo de Páscoa: Celebrar pelo menos uma Santa Missa, com homilia, transmitida, em horário conveniente. Este é o Domingo mais importante do Ano Litúrgico.

Na Oitava da Páscoa: Aconselho celebrar diariamente a Santa Missa com transmissão. Há muito a ser redescoberto na Oitava da Páscoa! Aproveitemos esta “quarentena” para evangelizar um pouco mais e para fortalecer a fé e a esperança do povo.

Observações: 1) Preceito dominical: Vale o princípio geral: ‘ninguém pode ser obrigado a fazer o impossível’. Neste momento estamos na impossibilidade. Nem é necessário decretar a ‘suspensão do preceito dominical’.

                          2) Confissões: Não sendo possível as confissões, os Padres exortem os fiéis ao exame de consciência, ao arrependimento sincero dos pecados e à renovação do propósito de busca de Deus e de vida santa. E que se confessem depois, na primeira ocasião que tiverem para isso.

             3) Enfermos: Oportunamente um telefonema ou mensagem de vídeo pode ser uma forma de acompanhamento. E não nos esqueçamos dos pobres! Deus abençoe a todos!

   Dom João Mamede Filho, OFM Conv.
Umuarama-Pr, 30/03/2020

Publicação: Érica Bolonhezi
Jornalista Diocesana e PASCOM