Diocese de Umuarama e demais instituições religiosas anunciam maior compromisso de desinvestimento em combustíveis fósseis

40 entidades, incluindo algumas na terra natal de São Francisco de Assis e o Banco Católico, aderem à campanha para retirar investimentos em carvão, petróleo e gás.

 

As véspera de um dos maiores Santos da Igreja Católica e protetores dos animais e de toda a criação, São Francisco de Assis, um conjunto de 40 instituições religiosas anunciou nesta terça-feira (03), o maior compromisso de adesão à campanha de desinvestimento em combustíveis fósseis por organizações religiosas até o momento. As entidades estão localizadas nos cinco continentes e representam diferentes campos, desde locais sagrados até entidades financeiras da hierarquia da igreja, entre essas, a Diocese de Umuarama.

A decisão das instituições religiosas de remover seus investimentos de projetos relacionados a combustíveis fósseis baseia-se tanto no seu valor compartilhado para a proteção ambiental quanto numa visão de futuro, que vise se preparar para uma economia com baixas emissões de carbono.

Em Assis, na Itália, terra de São Francisco de Assis, e lugar profundamente significativo para os 1,2 bilhões de católicos do mundo, três instituições e um governo municipal aderiram ao desinvestimento. O grupo de Assis inclui o Sacro Convento, um complexo de mosteiros e o local sagrado que abriga a tumba de São Francisco, de quem o Papa Francisco tomou seu nome. O Sacro Convento é considerado o lar espiritual de irmãos e irmãs, Franciscanos e Franciscanas de todo o mundo.

Juntamente com o Sacro Convento, a diocese Católica de Assis-Nocera Umbra-Gualdo Tadino também anunciou o desinvestimento. A diocese, que inclui mais de 80 mil pessoas, e a cidade de Assis, são locais de várias peregrinações importantes a cada ano. O Instituto Seráfico de Assis, um centro médico religioso que cuida de crianças especiais, também se juntou ao anúncio conjunto.

Em complemento, o prefeito da cidade de Assis anunciou seu desenvolvimento em combustíveis fósseis. Além do desinvestimento na altamente significativa casa de São Francisco, as entidades da igreja em todo o mundo estão afastando-se dos combustíveis fósseis. Na África do Sul, a Arquidiocese Católica da Cidade do Cabo investiu em fundos sociais e éticos.

A Conferência Episcopal da Bélgica, que é o braço político da Igreja Católica na Bélgica, também desinvestiu e seus bispos se juntaram à diocese Belga do Vicariato de Brabante em Mechelen. Em 04 de outubro de 2016, a Diocese de Umuarama, no Paraná, foi a primeira Diocese e a primeira intituição da América Latina a anunciar o compromisso com o desinvestimento.

Esses líderes espirituais se juntam a líderes empresariais. Duas instituições financeiras anunciaram seu desinvestimento. O Germany’s Bank für Kirche und Caritas eG (Banco da Igreja e da Cáritas) é um dos primeiros bancos católicos do mundo a desinvestir em combustíveis fósseis. O banco, que tem um balanço de 4,5 bilhões de euros, está rompendo com o mercado do carvão, além do petróleo de areias betuminosas e de xisto, por ser moralmente imperativo e fiscalmente responsável.

Neste anúncio também se juntou a Oikocredit Belgium, uma instituição financeira ecumênica e uma das maiores fontes de financiamento privado do mundo para microfinanças. A Oikocredit é acompanhada por outras 12 instituições belgas.

Até hoje, cerca de 5 trilhões de dólares já foram retirados de combustíveis fósseis em todo o mundo através da campanha do desinvestimento. Este anúncio vem em meio à ação cristã para proteger o meio ambiente durante o Tempo da Criação. O Tempo da Criação é uma celebração de oração e ação pelo meio ambiente e é abraçada por uma ampla comunidade ecumênica.

Fonte: Diego Fernando Jacob
Assessor de Comunicação e Imprensa Diocesana

Com informações de
Nathália Clark
Coordenadora de Comunicação da 350.org Brasil e América Latina

Foto: Vigília Climática da Diocese de Umuarama 2017