Dom Mamede concede coletiva de imprensa sobre a Campanha da Fraternidade 2019

            Na coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, 27, na residência episcopal, Dom Frei João Mamede Filho, OFM Conv., Bispo de Umuarama, falou sobre a Campanha da Fraternidade, os desafios e necessidades de políticas públicas para nossa cidade e região e qual o papel da Igreja, dos cristãos e como cada um pode auxiliar neste processo. A Campanha da Fraternidade 2019 tem como Tema: «“Fraternidade e políticas públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça.” (Is 1,27)».

            Confira na íntegra o discurso de Dom João Mamede, por ocasião da coletiva de imprensa da Campanha da Fraternidade 2019:

            Por política pública entendemos o conjunto de ações com vistas a promover o bem comum na perspectiva dos mais pobres da sociedade. Isto será o tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano.

            Por que a Igreja entra nessa? Porque crê que aquele que a chama reúne, Deus, é caridade e compaixão. Por isso a Igreja almeja sempre ser espaço onde reina a caridade e compaixão, e de onde se espalha caridade e compaixão para toda a sociedade. E a forma mais eminente de caridade e compaixão passa pela política. Podemos e devemos dar um prato de comida para o faminto. Isso é Divino. É caridade e compaixão. Mas, se atuando pelos canais cidadãos provocarmos uma mudança no arranjo da sociedade, de forma que o prato de comida chegue ao faminto como direito seu, como justiça social, evidentemente que isso é mais! A caridade tem a obrigação de ser o mais eficaz possível. Se, podendo ser mais, parar na tranquilização da consciência, decaiu enquanto caridade.

            A elaboração das políticas públicas surge da negociação entre as diferentes pessoas, organizações e instituições. Assim, além da esfera pública (judiciário, executivo, legislativo), os conselhos, as audiências públicas, as manifestações populares, os fóruns e as conferências são tão importantes quanto, para o bem comum seja alcançado.

            Não é possível conceber políticas públicas isoladas, nos quadradinhos das secretarias e ministérios. O povo precisa ser consultado, mesmo que hoje ele não se sinta representado por aqueles que estão à frente do poder público.

            A CF 2019 nos convoca para estarmos presentes nos diversos mecanismos de participação, garantidos pela Constituição e que contribuem na tomada de decisões, implementação, avaliação e monitoramento das políticas públicas.

            Para o cristão, a regra é clara: “Tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber, nu e me vestiste, peregrino e me acolheste, preso e me visitastes, doente e cuidaste de mim, por isso Vinde benditos de meu Pai” (Mt, 25,31s).

            A carne ferida do pobre é a própria carne de Cristos. Se no campo da fé temos as Obras de Misericórdia Corporais, dar de comer, de vestir, visitar, aconselhar, enquanto cidadãos temos as políticas públicas, meios legais para o exercício da justiça e do direito.

            O político cristão não pode entrar nas “regras” do jogo ou se “submeter” sumariamente ao seu partido, pois se deve obedecer, primeiramente, a Deus, e só depois aos homens (At 5,29).

            Fé e política não se separam, fazem parte do existir humano. Fraternidade e políticas públicas fazem parte da vocação humana em defesa da dignidade humana. É necessária uma séria de ações da parte de todos, voltadas para a Participação, a Cidadania e o Bem Comum, pilares que asseguram a Fraternidade e a Boa convivência social.

            Enfim, a CF 2019, tem como objetivo central, estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade.

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            Sexta-feira, depois de amanhã, 01/03, haverá eleições na Amerios. Meu pensamento é que trocando de presidência cada ano, a Amerios não produz o efeito que pode produzir nos municípios que a compõem. Só se contar com m conjunto de técnicos ou um parlamento mais permanente. Nesse caso, o presidente seria qual igual a rainha da Inglaterra!

            Terei, em breve, cem (100) diáconos permanentes na Diocese de Umuarama. Vou confiar a eles a missão de suscitar um observatório regional. Fazer ver que compras e atuações outras em consórcios, fazem render os impostados pagos pelos cidadãos.

            Na última assembleia de Igrejas do Paraná, o Arcebispo de Londrina, Dom Geremias Steinmetz, novo presidente do Regional Sul 2 da CNBB, disse: “Quanta gente competente em tantas áreas de que a cidade carece, formada nas universidades, e que também ouvem o Evangelho? E isso não provoca nadam nenhum gesto organizado de caridade, compaixão e cidadania nas nossas paróquias? ” Pois é estamos planejando feiras de cidadania da saúde, do direito, etc.

– Dom Frei João Mamede Filho, OFM Conv.

Fonte e fotos: Diego Fernando Jacob
Publicitário e assessor de comunicação e imprensa diocesana