Finados: dia de esperança e oração aos irmãos falecidos

Aconteceu no último sábado (02) a tradicional Santa Missa de Finados

Imagem do WhatsApp de 2024 11 04 as 13.02.53 4a5e0027

As celebrações de Finados ocorreram em toda a Diocese, no dia dedicado à Comemoração dos Fiéis Defuntos, conforme a liturgia. Muitas pessoas participaram das diversas celebrações eucarísticas, algumas delas realizadas no interior dos cemitérios.

Dom João Mamede Filho, Bispo Diocesano, presidiu a celebração no Santuário Santo Antônio, em Iporã, às 08 horas da manhã.

O Bispo explicou que, “para nossa fé de cristãos, a morte não é o fim, mas o início de uma nova vida. Os primeiros cristãos celebravam o dia da morte como dies natalis, ou seja, dia do verdadeiro nascimento. A vida inteira da gente na terra é como uma longa gestação. Por isso, o ritual de exéquias recomenda: Lembrem-se todos, (…), ao oficiarem a liturgia das exéquias, de que lhes cabe, tanto despertar a esperança dos participantes, quanto fortificar a fé no mistério pascal e na Ressurreição dos mortos”.

Leia a catequese completa do Bispo abaixo:

FINADOS:

Comecemos pelo corpo da pessoa falecida. A Igreja cuida dos corpos de seus fiéis falecidos porque eles foram templo do Espírito Santo desde o seu batismo. O oremos da Missa do Crisma diz: “Que o Espírito Santo vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo de vossa glória”. A gente deve querer ver intelectualmente o que crê.

Uma comparação para ajudar: a criança, se puder, enche a barriga de chocolate. A mãe, sabendo que lhe faz mal, impõe limites. Naquela hora, a criança pensa: mamãe não gosta de mim. Não me deixa comer à vontade uma coisa que eu gosto. Depois, já crescida, a criança se dá conta de que mesmo quando a mãe lhe impunha limites, tudo aquilo foi conduzido por um coração cheio de amor por ela. Nesse instante, ela viu a glória da mãe. Isto é, viu o que mãe é sempre e se tornou um templo da glória da mãe. Se alguém lhe disser que no mundo só há exploração e uso um do outro, que é só escuridão de egoísmo e guerra, ela vai dizer: não é verdade. Conheço um coração que não é assim. E, no meio da escuridão de egoísmo do mundo, vai ter certo brilho no olho, certa serenidade pensando que todo coração pode, enfim, ser igual ao de mãe.

Não é ainda, mas pode ser. O crisma nos faz templos do Espírito Santo. Foram também alimentados pelo Corpo e Sangue de Cristo e haverão de ressuscitar no fim dos tempos. Por isso, os corpos dos fiéis defuntos, antes de serem sepultados, merecem a veneração dos irmãos vivos. Se for exéquias de um Bispo ou Padre, seja revestido com paramentos litúrgicos e velado na igreja catedral ou na matriz de sua paróquia. Os demais sejam velados em capelas funerárias ou outros lugares apropriados, e sejam sepultados em cemitérios. Pelos mesmos motivos, devem-se honrar as cinzas de uma pessoa, caso tenha sido cremada.

É normal, durante o velório de um irmão ou irmã, as pessoas falarem em voz baixa e ficarem durante longos intervalos em silêncio. Se alguns querem conversar, saem do ambiente onde está o corpo e vão formar grupos lá fora. O silêncio é uma das mais importantes atitudes simbólicas na celebração das exéquias. Alternados com as palavras, pode haver cânticos. A celebração exequial é um espaço privilegiado para a meditação sobre o mistério pascal. O silêncio respeitoso dá à celebração um clima de serena esperança e de consideração para com a dor da família enlutada.

Nossa fé na ressurreição também se expressa através do Círio Pascal aceso. As normas Litúrgicas orientam que na celebração das exéquias, o Círio Pascal seja colocado junto ao féretro, para indicar que a morte é, para o cristão, a sua verdadeira Páscoa. O Círio Pascal foi aceso quando fomos batizados e no momento próprio, nossos padrinhos ou nossos próprios pais acederam uma vela no Círio e colocaram em nossas mãos. No batismo, fomos iluminados pela luz de Cristo. Essa luz continuou a nos iluminar ao longo de nosso caminho terreno. Nas exéquias, ela brilha como símbolo da nossa união à Luz da vida eterna.

Outro símbolo forte na celebração das exéquias é a presença da cruz. A cruz, desde o batismo, sempre marca presença na vida do cristão. O ministro que preside os ritos de admissão dos catecúmenos recorda-lhes que a cruz é sinal da vitória: “Eu marco vocês com o sinal da cruz (…) para que vocês tenham a vida eterna”. O apóstolo Paulo afirma que a cruz deve ser a glória do cristão, pois por meio dela Cristo oferece ao mundo a vida e a ressurreição, a salvação e a libertação (G16,14).

Nas exéquias, a cruz adquire particular significado, recordando-nos a morte salvadora de Cristo como exemplo paradigmático da morte do cristão. Foi na cruz que Cristo entregou o Espírito, dando nova vida aos que creem (Jo 19,30). Junto ao corpo do defunto, a cruz sinaliza toda essa realidade por ele assumida no curso de sua vida terrena, na medida em que procurou viver configurado ao mistério da cruz do Senhor. A cruz é a condição humana na qual não sobra mais nada a não ser a boa vontade. Cristo viveu assim a vida inteira. Ele disse: meu alimento é fazer a vontade do Pai. Para evitar duplicações de símbolos, o Ritual das Exéquias recorda que não será necessário colocar a cruz sobre o caixão, se essa já estiver visível no espaço do presbitério ou do velório.

As flores também são símbolos muito populares na celebração das exéquias. Elas trazem a imagem bíblica do paraíso, do jardim do Éden, ou ainda, do jardim que, segundo o Apocalipse, encontra-se no centro da nova cidade, a Jerusalém celeste (Gn 2,15; Ap 22,1ss). É uma forma de expressar a reconquista do paraíso, do qual o ser humano foi expulso em consequência de ter desobedecido a Deus. Cristo resgatou o que a nossa desobediência fizera perder.

Como estamos percebendo, as Exéquias são uma profunda catequese sobre o que é fundamental na nossa fé – a ressurreição dos mortos. Sem essa fé, já lembra o Apóstolo Paulo, seríamos os seres mais dignos de compaixão. Seríamos os seres mais dignos de comiseração.

Confira as fotos das celebrações de algumas paróquias da Diocese:

Santuário Santo Antônio – IPORÃ:

Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – UMUARAMA:

Paróquia São Sebastião – ALTÔNIA:

Paróquia São Lucas e São Cristóvão – UMUARAMA:

Paróquia São José – GUAPOREMA:

Paróquia São Sebastião – JAPURÁ:

Paróquia São Pedro – RONDON:

Paróquia Nossa Senhora de Fátima – CRUZEIRO DO OESTE:

Assessoria de Imprensa Diocesana
Fotos: PASCOM Paroquiais