Diocese de Umuarama-PR envia professora para missão na África

Missionária usará sua experiência e conhecimento para ajudar o povo africano em missão pela Igreja Católica.

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Amanda Azevedo Doenea, 23 anos, com viagem marcada para início de junho deste ano (2019) e sem data prevista para retorno, ela está indo pela missão São Paulo VI para Guiné-Bissau, na África. Professora de Língua Portuguesa na Diocese de Umuarama, trabalha como revisora textual e sua maior ação é a Revista Informativo Diocesano, que alcança todas as cidades que compõem a diocese, levando informação e conhecimento para toda a comunidade.
O Papa Francisco disse na Evangelii Gaudium, 20-21, sobre missão “Naquele ‘ide’ de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a essa nova ‘saída’ missionária. Cada cristão e cada comunidade precisa discernir qual o caminho que o senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do evangelho”.
Pensando nessa coragem que Amanda conta que disse sim quando foi convocada para a missão. No início pensou que não fosse para ela, mas que foi motivada pelo amigo Bernardo, que saiu em missão em 2018. “Ele foi um dos meus apoiadores, quando partilhei com ele essa minha vontade de ir, me incentivou a fazer a inscrição”.
Bernardo Luz, Consagrado da Fraternidade Coração Chagado de Jesus, retornou no final de fevereiro da sua missão, a mesma que Amanda irá e relatou a alegria que ficou ao saber da amiga. “Eu fiquei muito feliz, na época quando conversávamos éramos apenas amigos de sala de trabalho, hoje em dia ela está fazendo o caminho para minha comunidade de vida consagrada.
Partilhamos de muita coisa, do ânimo, da alegria, do vislumbrar um mundo novo. No início Amanda teve algumas inseguranças e eu disse para deixar nas mãos de Deus, se for pra ser, você será chamada e tudo vai acontecer”.

 

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A professora conclui dizendo que é impressionante quando Deus chama, “o sim já está completamente formado dentro do coração, ele age, as coisas tomam forma e tudo vai sendo movido por essa misericórdia infinita de Deus”.
Padre Carlos Alberto de Figueiredo, Assessor da Pastoral da Comunicação e Diretor da Rádio Inconfidência diz que sempre apoiou a escolha da Amanda, “acho importante quando uma pessoa sente no coração que Deus está chamando. Acredito que esse é um trabalho muito relevante para nossa Diocese, pois é o testemunho de uma leiga, de uma pessoa que vai em missão, que dará sua contribuição missionária e profissional como professora para ajudar o próximo. A Igreja vive da missão, se não tem missão não tem Igreja”.
Amanda explica que em Guiné-Bissau a missão atua em três eixos: a evangelização, a saúde e agora a educação. Essa última começou a tomar forma agora. “Estou indo para contribuir no que for preciso e necessário, voltado para a educação e, também, evangelização. O intuito é aliar o que tem de bom aqui no Brasil com o que tem de melhor lá, para fazer um programa educacional legal, que atenda as demandas das crianças com suas culturas e com suas necessidades, que são muitos ímpares, muito próprias”.
A professora afirma que é muito satisfatório sair do Brasil para usar sua profissão, “primeiro pelo orgulho que tenho dela, eu venho de uma família de origem simples e o meu maior desafio foi conseguir estudar, com muita luta e apoio da minha família. Vejo que Deus usou disso para me mandar para a missão. Ser professora é uma das profissões mais desafiadoras aqui na nossa cultura, é uma das profissões mais lindas, não por ser a minha profissão, mas por ser a que a que forma todas as outras”.
Para entender melhor, Bernardo explica que a Igreja do Paraná tem uma casa de missão na cidade de Quebo, no país de Guiné-Bissau, no Continente Africano, que se chama São Paulo VI. “Eu era responsável por acompanhar a juventude, nesse caminhar da vida Cristã, lá o cristianismo é uma realidade nascente ainda. Junto com eles e com a equipe, eu tive a oportunidade de conhecer outros vilarejos, conhecidos como tabancas. Onde conseguimos chegar e anunciar pela primeira vez o evangelho e levá-lo com ação, ajuda médica, remédios, instruções em alguma coisa de como viver”.
O missionário conclui dizendo que o Bernardo que foi não é mesmo que volta, “em Guiné-Bissau nos deparamos com uma realidade muito crítica, não da miséria, mas da pobreza. É uma sociedade do trabalho braçal, eles trabalham para comer, a singeleza deles, a humildade e a capacidade de partilha é imensamente maior do que a nossa, isso me tocou muito, quantas vezes eu tive dificuldade de partilhar com o outro o básico da minha vida. Esse senso de partilha, de se doar pelo outro é muito mais forte que a nossa cultura, pois isso eles aprendem desde pequenos”.

O Padre Carlos, que apoiou a Amanda, diz que a Missionária crescerá muito como pessoa e como ser humano. É uma experiência longe de casa, longe da família, longe do seu País, uma língua diferente e costumes diferentes. Afirma que ela vai crescer inclusive na doação de si mesma.
Para finalizar, Amanda diz que acredita voltar transformada de uma experiência como essa, “eu vou de coração aberto para receber todas as graças, para ser luz, ser bênção, para receber tudo o que eu posso crescer com aquelas pessoas, com aquela cultura, com aquela realidade e espero ver Deus em cada detalhe que eu encontrar. Se Deus me quer lá, que eu seja útil”.
Será realizada uma missa de envio para a Missionária no domingo (26), na Catedral do Divino Espírito Santo, em Umuarama-PR, às 10h. Ela deixa um recado para todos, “gostaria de convidar a comunidade a participar desta celebração e para que orem por mim, pela missão, por todos os missionários e para que novas vocações surjam em nossa Diocese”.

 

Fonte: Érica Bolonhezi
Jornalista diocesana
Fotos: Rejane Rocha
Assessora de comunicação e PASCOM diocesana
Arte: Karina Carvalho
CNBB Regional Sul 2