Pensamentos de Páscoa, por Dom Mamede

Vendo o vídeo do Domingo de Ramos na nossa Missão de Quebo, Guiné Bissau, (Que pode ser visto abaixo), me invadiu uma comoção e um pensamento: Nossos Missionários não estão lá por uma causa humana, humanitária ou humanística. Estão lá porque cada uma daquelas pessoas – criança, adulto, idoso – é peça de um quebra-cabeça que, no lugar e na posição certa, ajuda a compor o rosto de Cristo. Isso é fascinante e é a alegria dos homens! Mas eles não sabem disso. Por isso precisam da Missão. E quando isso é o movente da Missão, a causa humanitária e humanística fica potenciada.

O pensamento novo que me ocorreu nesta Semana Santa veio do Ofício das Leituras da Sexta-feira Maior: “…o sangue de Cristo purifica nossas consciências das obras mortas” Hb 9, 14.  Obra morta é a que a gente faz automaticamente, roboticamente. Sem aplicar toda nossa competência de bem fazer ao fazê-la, cada vez que cozinhar o feijão hoje, do mesmo jeito que cozinhou ontem é, em alguma medida, obra morta. Porque o feijão de hoje não é o mesmíssimo de ontem. Houve mutações nele de ontem pra hoje. O Sangue de Jesus purifica. Faz a gente fazer tudo o que faz de novo, de modo novo. Robô é que faz de novo, o anterior, o mesmo, o velho. Deus faz o sol, a lua e as estrelas cada dia de novo e de modo novo. Procurando seduzir os mortais com a intenção de levá-los a perceber o diferencial, o cuidado, a criatividade, o brilho, o amor que Ele investiu na edição de hoje de todo o universo.